Há alguns dias foi exibida uma reportagem na TV sobre um requerimento que fiz em fevereiro solicitando, mais uma vez, a realização de um censo dos trabalhadores que utilizam veículos de tração animal no município.

Minha solicitação para a realização desse censo é antiga e desde 2021 a conversa é a mesma: todo ano a prefeitura fala que o censo será realizado, mas ele nunca sai do papel!

Mas na reportagem foi dito pelo executivo que os dados apontam que existem em torno de 300 a 400 famílias de carroceiros. Falaram também sobre o novo modelo de CASCO que será implementado, inclusive com prestação de serviços veterinários aos animais desses trabalhadores.

Então eu fiquei me perguntando: como se propõe um Plano Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos que prevê um impacto financeiro de mais de 14 milhões 589 mil reais para a implantação do Projeto CASCOS, sem nem ao certo saber quantas pessoas e quantos animais trabalham efetivamente com essa atividade no município?

Me pergunto ainda como é que o executivo quer implementar um projeto como esse, se nem uma simples reforma no curral conseguiram finalizar? Se nem lá que já tem veterinário conseguem realizar essa prestação de serviço.

Esse valor consta na versão final do documento, que tem como próximo passo o Projeto de Lei. Mas não seria mais produtivo investir no desenvolvimento de projetos que estimulem a participação desses trabalhadores em programas educacionais e profissionalizantes a fim de proporcionar a elevação do seu nível de escolaridade e a melhoria da sua qualidade de vida e de trabalho?

E porque não também trabalhar a inserção em programas de coleta seletiva? Que inclusive recebem estímulos do governo?

Para quem não sabe, os CASCOs são locais destinados a receber resíduos da construção civil, podas e volumosos, exclusivamente transportados por carroceiros em operação na cidade, contudo, atualmente, são áreas consideradas de deposição irregular de resíduos. E atualmente existem 10 unidades “regulares” em atividade no município.

Não posso deixar de lembrar, que o município considera em seu projeto, que os carroceiros transportem e descartem 1 metro cúbico de resíduos nos Cascos. Isso é um absurdo! Entre um metro cúbico de folhas e um metro cúbico de resíduos de construção civil existe uma enorme diferença.

Questionei se nesses Cascos serão instaladas balanças de pesagem. A resposta foi NÃO, porque elas são caras. Num projeto de quase 15 milhões o município dizer que a balanças são caras, parece até piada.

A resposta do município sempre é NÃO quando se trata de bem-estar animal.

Já falei inúmeras vezes e repito: para realizar o censo, basta o município cumprir a lei, basta regulamentar a atividade de acordo com o código de trânsito brasileiro, identificando as carroças e porque não, aproveitar o momento e microchipar os animais, cadastrando todas as informações necessárias? Pronto, simples assim.

Por fim, eu desejo em 20 anos, na verdade muito menos, que todos os CASCOs sejam desativados. E consequentemente, diminua a quantidade de vetores transmissores de doenças, melhore as questões ambientais e os aspectos paisagísticos da cidade, as famílias estejam em situação mais confortável e é claro, esses animais estejam livres dessa escravidão brutal.

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Ceci Protetora

Candidata a vereadora pelo partido Progressista.

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Eleicao 2020 Cecilia Meireles Ferreira Vereador • CNPJ: 39.025.241/0001-20 • Montes Claros/MG