O município declarou situação de emergência em saúde pública em razão de surto epidêmico. Mas além de 2023, essa situação também aconteceu em 2019, em 2016… E até quando vai continuar acontecendo?
É lamentável retomarmos um tema que deveria estar esgotado, mas temos agora os amargos frutos desse descaso.
O avanço dos casos de dengue e chikungunya em Montes Claros assusta e gera em toda população a sensação de vulnerabilidade em sua saúde.
Sabemos que esta evolução tem relação direta com a falta de ações do próprio cidadão, mas não se pode atribuir somente a ele a proliferação do Aedes Aegypti. Cabe ao Município, através de ações eficazes, campanhas de esclarecimento e, principalmente, um enfrentamento rápido da situação para garantir que o problema não se alastre.
Se entra ano e sai ano e os problemas não são resolvidos, é inevitável que isso aconteça. Mas é mais fácil jogar a culpa nas costas da população!
Estamos às vésperas do “Dia Municipal de Controle e Combate da Dengue”. É tempo de ter a comunidade como aliada nesta luta.
Desde o ano passado tenho usando os instrumentos institucionais para evitar o iminente perigo dessa epidemia aqui na cidade. Mas infelizmente nenhum dos meus pedidos foi atendido até agora.
Vai fazer um ano que solicitei que fossem realizadas com Urgência mais ações de Combate ao mosquito Aedes Aegypt, além de disponibilizar caçambas de coleta de lixo em pontos estratégicos nos bairros de maior foco.
Recentemente solicitei que pessoas físicas também pudessem realizar o descarte de resíduos sólidos nos CASCOS, pois muitas vezes o cidadão não tem recursos para pagar um serviço de transporte para um volume baixo de resíduos.
Pois como é sabido por todos, o descarte incorreto acarreta sérios transtornos à população, não só a proliferação do mosquito Aedes aegypti, mas também de animais peçonhentos e pragas urbanas.
E por falar em inércia da municipalidade, termina hoje a “Semana Municipal do Meio Ambiente”, instituída pela Lei 2.886, de 2001. E o que foi feito nessa semana? Alguém viu alguma campanha educativa ou de conscientização ser realizada?
Enquanto isso, as organizações do terceiro setor, que trabalham voluntariamente para diminuir danos ambientais, ainda aguardam o pagamento do chamamento público de 2021 para ajudar a realizar seus projetos.
Infelizmente – e mais uma vez, sem ações efetivas, não conseguiremos transformar nossa realidade. Temo, em breve, estar falando aqui sobre as queimadas na região, porque sobre o descaso com nossa fauna doméstica e também a silvestre, eu já falo todos os dias.
Mas enquanto eu estiver aqui, continuarei cobrando!