Montes Claros perdeu ontem um dos maiores nomes das Festas de Agosto e um dos símbolos da nossa cultura.

Mestre Zanza sempre lutou para que a maior e mais importante manifestação cultural popular e tradicional de Montes Claros e, quiçá, do Norte de Minas perpetuasse.

Lamento profundamente, não só pelo Mestre Zanza, mas também por Montes Claros, sua arte, cultura e folclore. Que, diga-se de passagem, estava agonizando e agora morre um pouco com quem, por muitos anos, foi responsável por manter viva essa tradição centenária.

E não dá pra ser diferente, quando a pasta cultural da “Cidade da Arte e da Cultura”, amarga o menor investimento do município e está enfraquecida. Soma-se o fato de que o setor foi um dos mais prejudicados pela pandemia da COVID-19. O resultado é perceptível: a ausência de suporte para os fazedores de cultura; o acesso mais criterioso aos recursos cada vez mais escassos e uma secretaria cada vez menos propositiva.

Parece faltar até respostas para as ações! Porque ainda aguardo retorno do secretário aos questionamentos feitos no início do ano e até agora, nada!

O que está sendo feito? Não sabemos!

As atividades culturais e criativas são vocações do nosso povo; Precisamos refletir sobre nossas práticas culturais e sobre formas de promovê-las e apoiá-las. Além disso, constituem ativos econômicos muito relevantes; têm alto impacto sobre a geração de renda, emprego, inclusão e valor agregado; respondem por milhares de empregos diretos e apresentam um imenso potencial de crescimento e de contribuição para o desenvolvimento do país.

A cultura é muito mais do que um conjunto de manifestações artísticas: ela traduz a própria identidade de um grupo de pessoas unidas por seus costumes e sob uma mesma bandeira.

O poder público precisa encarar a cultura como uma área estratégica. Quem se beneficia dela é sobretudo o conjunto da sociedade, não apenas os artistas, técnicos e produtores culturais.

A secretaria municipal de cultura pode e deve ser muito mais eficiente, eficaz e abrangente; a política cultural e seus mecanismos de investimento podem e devem produzir mais e melhores resultados.

Espero que os próximos anos sejam de avanço, mas para isso precisamos retomar as ações relacionadas ao Sistema Municipal de Incentivo à Cultura com a publicação anual dos Editais de Fomento, bem como ampliar, aprofundar e aperfeiçoar a política cultural do município. Vamos cuidar e respeitar o legado deixado pelo mestre dos catopês!

Por fim, quero pedir apoio ao requerimento que protocolei sobre o tema e com a canção de Tino Gomes e do saudoso Georgino Júnior, encerro prestando minha homenagem:

“Louvado seja o Santo Rosário,
Louvado seja poeira e dor.
Louvado seja o sonho infinito,
E mestre Zanza que é cantador.”

Viva Mestre Zanza!

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Ceci Protetora

Candidata a vereadora pelo partido Progressista.

Vote 11.456

Eleicao 2020 Cecilia Meireles Ferreira Vereador • CNPJ: 39.025.241/0001-20 • Montes Claros/MG