Quando, na semana passada, anunciei aqui a criação da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBTQIA+, fui amplamente atacada com discursos de ódio na internet, principalmente porque falei sobre meu casamento – um casamento homoafetivo.
São primárias e de lamentar todas as formas de manifestação de ódio, discriminação e violência. Liberdade de expressão não é liberdade de ofensa.
O que aconteceu comigo é um grande retrato de todo esse preconceito que os LGBTs sofrem todos os dias. A comunidade LGBTQIA+ sabe bem o que é ser perseguida e julgada o tempo todo!
Essas atitudes só vêm reforçar a importância e a necessidade da criação, não só dessa frente, mas de mais políticas públicas de apoio e proteção a comunidade LGBTQIA+ na nossa cidade.
Todo casal gay tem medo de andar de mãos dadas ou demonstrar afeto na rua. É triste quando acabamos reprimindo nosso amor porque temos esse trauma do preconceito tão enraizado em nossas mentes e em nossa sociedade.
Por que o amor incomoda? Por que o afeto entre pessoas incomoda? Será que algum hétero foi espancado na rua porque estava beijando a sua namorada? Ou simplesmente porque tinha trejeitos de hétero?
O Brasil é um dos países em que mais se mata pessoas LGBTs no mundo.
Precisamos falar sobre diversidade sim!
Os problemas de intolerância não podem continuar ignorados e sem debate sério e com profundidade. Não podemos dar mais espaço para intolerância e preconceito. Para isso se tornar uma realidade é preciso lembrar ao mundo que inclusão é o único caminho para um futuro melhor.
Este mês de junho é comemorado mundialmente o Mês do Orgulho LGBTQIA+, que não nasceu da necessidade de celebrar ser lésbica, gay, Bi ou trans, mas do DIREITO de existir sem perseguição! Ele é muito importante para que todas as nossas vozes sejam ouvidas.
E por esse motivo venho propor instituir a Campanha “JUNHO ARCO-ÍRIS” e o Dia Municipal do Orgulho LGBTQIA+ no Calendário Oficial de Montes Claros através de um Projeto De Lei que protocolei hoje.
A verdade é que o Orgulho LGBT tem sua importância por conta de uma história de lutas e de preconceitos. Graças a essas lutas, eu e minha companheira vamos realizar o nosso sonhado casamento homoafetivo. Eu sou pessoalmente grata a todos aqueles que simpatizam com nossa causa, e mesmo não sendo gays, desejam que todos sejam tratados com respeito.
“Então, em vez de se perguntar o porquê de não haver um movimento de orgulho hétero, seja grato por não precisar de um!”
Obrigada!