Campanhas para arrecadação de material para produção das casinhas são feitas por meio de redes sociais.

Não é segredo para ninguém que os cachorros são os melhores amigos do homem. A relação é tão forte que muitas pessoas os tratam como filhos. Eles são dóceis, carinhosos e também necessitam de cuidados e atenção, assim como os seres humanos. E foram motivados pelo amor incondicional que sentem pelos animais, que um grupo de voluntários de Montes Claros vem desenvolvendo, há um ano, campanhas em redes sociais para arrecadar materiais e para construção de abrigos para os cães abandonados da cidade.

Os voluntários sempre colocam vasilhas com ração junto às casinhas (Foto: Cecília Meireles Ferreira/ Arquivo Pessoal)

O objetivo é proporcionar conforto para os cachorros em épocas de frio, período em que eles estão mais vulneráveis. “Para conseguir material, fazemos campanhas no facebook. Pedimos doações de caixas, sacos pretos, fita adesiva, cola, lençóis, toalhas usadas, ração e vasilhas”, afirma Cecília Meireles Ferreira, uma das voluntárias e diretora de uma ONG.

Segundo Cecília, as campanhas não têm época específica para acontecer. É só a frente fria chegar que eles colocam a mão na massa e começam os trabalhos. “Não tem data determinada para acontecer, agimos conforme o frio. E como ele chegou mais cedo na cidade este ano, nós já começamos”.

O grupo produz em média 10 casinhas por dia, mas somente seis são colocadas nas ruas. Isso porque o tamanho do material doado ainda é um problema. “Não conseguimos fazer muitas casinhas, porque na maioria das vezes temos que abrir as caixetas e confeccionar apenas uma, visto que as doações que recebemos, na grande maioria, são caixas de tamanho inadequado”, conta Cecília.

Ainda tem a preocupação com os tamanhos dos animais. “Como existem animais de portes grandes na cidade, temos que fazer sempre pensando que por ali passará um gigante. Se a caixa for pequena, ele não vai conseguir entrar”. Os lugares para colocar as casinhas também são estratégicos. “Nós colocamos em locais mais próximos da residência dos voluntários, para que eles possam diariamente colocar ração e água junto às casinhas”, garante Cecília.

Ano passado, Cecília conseguiu ver os resultados de suas ações, quando uma cachorra se abrigou em um das casinhas, teve seus filhotes e foi adotada. “Uma cadela pariu em um abrigo que colocamos na Praça Doutor Carlos, ano passado. Lá estava sujeita a maus-tratos por parte da população, mas, uma senhora se sensibilizou com a história dela e a adotou juntamente com os filhotes. Isso me emocionou muito”, conta Cecília.

Os desafios ainda são muitos, pois, segundo ela, são poucas as pessoas que se dispõem a ajudar. “Divulgamos o máximo diante das nossas possibilidades, só que poucas pessoas abraçam a causa”, diz Cecília. Outro problema, de acordo com a ela, é a falta de respeito por parte da sociedade, pois a grande maioria dos abrigos é destruída. “Muitas pessoas passam na rua e destroem as casas, por isso, duram pouco tempo”

Para Cecilia, essas ações são meios de conscientizar a população à respeito das necessidades destes animais. “Está é uma forma de chamar a atenção das pessoas. Mostrar para elas que os animais também carecem de cuidados, e assim como nós, têm necessidades, sentem fome, passam frio, sede, dor e solidão”.

Já a veterinária Camila Castro, que também é voluntária no projeto, acredita que se cada morador disponibilizar uma caixa de papelão e um paninho na porta de suas casas, pode mudar a vida de muitos cães abandonados. O grupo já está recebendo doações. Quem quiser contribuir, basta ligar nos telefones (38) 3014-0191 e 99167-3345.

Número de animais abandonados

Em 2016, segundo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), cerca de 5 mil cães viviam nas ruas de Montes Claros, o que representa 7% da população. Nesse ambiente, principalmente em períodos de frio, os cães estão sujeitos a todo tipo de doença. As mais comuns são as viroses, como explica a veterinária Camila Castro.

“Com a chegada do frio, os animais de rua ficam mais expostos a várias doenças, principalmente àquelas que se aproveitam da baixa do sistema imune; as viroses. Cinomose e parvovirose são doenças que atacam os cachorros que estão mais vulneráveis e podem matar rapidamente”.

Nessa época, segundo Camila, os cães sentem mais a falta de comida e dificilmente acham na rua lugares para se protegerem. “Com o frio, os animais sentem mais a falta de alimento e raramente encontram locais mais aquecidos para se abrigarem. Muitos morrem literalmente de frio”, finaliza.

Do G1 Grande Minas

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Ceci Protetora

Candidata a vereadora pelo partido Progressista.

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